quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

EM ALGUM LUGAR DA HISTÓRIA: A SEMI-FINAL DO BRASILEIRÃO 1999.

Um dos maiores jogos da história do Campeonato Brasileiro foi a primeira partida da Semifinal entre Corinthians e São Paulo, no dia 28 de novembro daquele ano, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, campo neutro - que a torcida corintiana sempre foi maioria em todos os jogos que o Corinthians lá disputou - e que nunca foi pago. O estádio foi presente do governo para o "queridinho" da mídia.
Edílson acabou com a defesa do rival.
Mas enfim, politicagens á parte, esse foi um jogaço, mais um que mostrou a força do Clube de Parque São Jorge, principalmente, em seus domínios.

O Corinthians vinha voando naquele campeonato, que defendia o título, pois havia sido campeão brasileiro no ano anterior. E, nesse Brasileirão, a importância aumentava, afinal, o campeão brasileiro representaria, como país sede, o Brasil no primeiro Mundial de Clubes da FIFA.

Já imaginou?

Oswaldo de Oliveira armou o time completamente pro ataque. Manteve o 4 - 4 - 2 usado durante todo o campeonato, não havia motivo para mudar nada. O time voava. Jogava por música.
A zaga, fortalecida em relação ao ano anterior com a presença do goleiro Dida, mas fragilizada com a saída de Gamarra e Silvinho. Índio se manteve na lateral direita. No miolo, Nenê e Márcio Costa, que substituía o suspenso João Carlos. Na lateral esquerda, apesar de ter contratado Augusto (Portuguesa), este não conseguiu jogar com a camisa do Timão. Então, Oswaldinho promoveu a subida do lateral esquerdo que eu não digo o nome, que era da base corintiana.
No meio, a dupla Rincón e Vampeta. Não precisava de mais nada.
Os meias Marcelinho Carioca (jogando demais) e Ricardinho Trezentinho faziam a bola chegar doce para Edílson e Luizão Trairão finalizarem lá na frente.

O São Paulo, como sempre, vivia do passado e depositava, em Raí, a esperança de sua sorte no jogo. E, aos seus pés, o jogo foi decidido mesmo. Só que, para a sorte corintiana.


Luizão Trairão se escondeu no jogo. Mas, o Corinthians
é maior, não depende de um só nome.
Com muito mais time, o Corinthians iniciou o jogo massacrando o rival, mas não conseguia transformar essa superioridade em vantagem numérica de gols. A torcida corintiana, amplamente superior nas arquibancadas, empurrava o time.
Aos 23 minutos do primeiro tempo, numa falta cobrada na área por Ricardinho Trezentinho, o zagueiro Nenê aproveitou o bate e rebate para, deitado no chão, empurrar a bola para o fundo das redes do goleiro freguês do Timão: 1 a 0.
Sem jogar o mesmo futebol que o Corinthians demonstrava em campo, o São Paulo achou o gol num contra ataque, aos 29 ainda do primeiro tempo, com o seu camisa 10 Raí.
Eles até acharam que equilibrariam o jogo, mas, dois minutos depois, a bola cai no pé de Marcelinho Carioca e, claro, ele dá um lançamento que poucos sabem, de mais de 50 metros, nos pés do Trezentinho, que só desloca o goleiro que tomou mais de cem gols do Timão: 2 a 1.
Mas, mesmo sem jogar bem, o São Paulo achava os gols. Numa falta cobrada dentro da área corintiana, a fraca dupla de zaga do Timão se fez presente e deixou que Edmilson, de cabeça, empatasse a partida novamente, aos 39 minutos.
E, assim, terminou o primeiro tempo. O segundo reservava emoções fortes. Não é somente de gols que a emoção existe no futebol.

Ao virar o tempo, o Corinthians continuava absolutamente superior ao rival. Tomava partido de todas as ações.
Dida se agigantou diante dos nanicos.
Aos sete minutos, Dida intercepta uma cobrança de escanteio de Marcelinho Paraíba, lança o lateral esquerdo do Corinthians que eu não pronuncio o nome, que já ligou Edílson no ataque. Este, por sua vez, invadiu a área com grande categoria. O que restou ao zagueiro Paulão foi puxar o atacante pela camisa, impedindo-o de chegar à cara do gol: pênalti claro!
Marcelinho Carioca, craque como é, não desperdiçou: 3 a 2, aos 9 do segundo tempo.

E aí, o São Paulo se lançou ao ataque. O Corinthians se segurava, esperando aquela bola "boa" para matar o jogo.
Porém, aos 16 minutos, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho, aquele mesmo que roubou o Corinthians em 2005, contra o mesmo São Paulo, marcou um pênalti absolutamente inexistente, numa bola que tocou na mão do zagueiro Nenê sem a menor intenção.
Mas, no nosso gol tinha Dida, O Gigante. No outro lado, o ex-jogador em atividade, Raí.
E, aos 17 minutos, Dida caiu em seu canto esquerdo para defender o pênalti cobrado pelo são paulino.
A torcida comemorava como houvesse feito um gol.
O Corinthians se agigantou na partida e atacava perigosamente o São Paulo.
Aos 23 minutos, o São Paulo até teve uma chance, com o mesmo Raí, mas, Marcio Costa salvou em cima da linha.
Inconformado, o meia ficou nervosinho e pisou no goleiro,
ainda no chão. Pergunta se o juiz o expulsou?
O jogo se desenrolou e, aos 45 minutos, o juiz, inconformado com o resultado, arranjou outro pênalti para o Time do Morumbi.
Raí na bola mais uma vez. Ele precisava se redimir... Mas, esqueceu de avisar o goleiro.
Dida, dessa vez, caiu no canto direito para defender, mais uma vez, o pênalti do ex-jogador em atividade.
Estava exorcizada essa história de Raí ser o tal carrasco do Timão.
Nem aqui, nem na China, amigão. Aqui é CORINTHIANS.

Nervosinho, Raí pisou na perna do goleiro, machucando-o, a ponto de tirá-lo da partida.
Pergunta se o juiz expulsou o meia são paulino?
Maurício entrou no lugar do Dida para, aos 54 minutos, defender espetacularmente um chute colocado do meia Souza, ex-Corinthians, que chutou no ângulo. Maurício foi buscar e enterrou, assim, qualquer esperança do São Paulo de empatar a partida.

O Corinthians arrancou, assim, para conquistar o terceiro título brasileiro de sua gloriosa história.



Ficha técnica do jogo:
SÃO PAULO
Rogério Ceni; Wilson, Nem (Carlos Miguel) e Paulão; Jorginho, Edmílson, Fabiano (Jacques), Raí e Fábio Aurélio; França e Marcelinho Paraíba.
Técnico: Paulo César Carpegiani.

CORINTHIANS
Dida (Maurício); Índio, Nenê, Márcio Costa e Lateral Esquerdo Que Eu Não Digo O Nome; Rincón e Vampeta; Ricardinho Trezentinho (Edu Gaspar) e Marcelinho Carioca; Edílson e Luizão Trairão (Dinei).
Técnico: Oswaldo de Oliveira

Gols:Nenê - 23' 1º tempo
Raí - 29' 1º tempo
Ricardinho Trezentinho - 31' 1º tempo
Edmílson - 40' 1º tempo
Marcelinho Carioca - 08' 2º tempo

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