terça-feira, 13 de março de 2018

PAULISTÃO 77 #01

Pensa numa fórmula esdrúxula pra um campeonato. O Brasil adora complicar as suas
Maravilhoso time, que tirou o Corinthians do jejum de títulos.
fórmulas. Principalmente a Federação Paulista de futebol, que já fez campeonatos serem decididos por diferença de cartões amarelos e vermelhos, que dividiu os clubes em 2 grupos, tendo número ímpar de participantes, que fez o campeão da segunda divisão entrar diretamente, no mesmo ano, para disputar a fase final da primeira divisão (daí saiu até um campeão) e vários outros absurdos que só eles conseguem.
Vamos complicar, pra que facilitar?
O Paulistão de 1977 foi um campeonato emocionante, mesmo cheio de idas e voltas de seu regulamento.
Vamos tentar, em breves palavras, explicar como foi decidido o campeão desse ano.

O Campeonato Paulista de Futebol de 1977 foi a 76ª edição do torneio. O Sport Club Corinthians Paulista conquistou o campeonato estadual após um longo período sem conseguir nenhum título (o último havia sido o de 1954) ao vencer a Ponte Preta em três partidas na fase final.
Na primeira partida, o Corinthians havia vencido por 1 a 0 com gol do atacante Palhinha. Mas na segunda partida, a Macaca consegue vencer por 2 a 1 num Morumbi com mais de 142.000 mil pessoas, forçando assim, uma partida extraordinária.
E na última partida, numa jogada emocionante de aproximadamente sete segundos, o volante Basílio consegue fazer o gol do título, terminando assim, o jejum de 22 anos, 8 meses e 7 dias sem conquistar um Campeonato Paulista tornando-se assim, uma das conquistas inesquecíveis para os corintianos.

Primeiro e segundo turnos:
No primeiro turno (Taça Cidade de São Paulo de 1977), todos os clubes jogaram entre si em turno único, sendo que na pontuação, foram divididos em quatro grupos. Os quatro primeiros colocados de cada grupo disputaram a fase eliminatória (mata-mata), todas em partida única nas fases semifinal e final. O campeão foi o Botafogo Futebol Clube de Ribeirão Preto ganhando o título frente ao São Paulo Futebol Clube em pleno Morumbi. Com isso também garantiu a vaga antecipada para o terceiro turno.
O segundo turno (Taça Governador do Estado de São Paulo de 1977) teve a mesma fórmula de disputa. A única diferença é que houve um reagrupamento dos clubes.

Pontuação:
Com a intuição de beneficiar os clubes de grande porte, a pontuação foi modificada. A então novidade foi o adicionamento de um ponto a mais para o clube que fizer a partir de três gols de diferença em cada jogo. Com isso, as regras de pontuação de cada partida ficaram assim:

3 pontos: vitória a partir de três gols de saldo.
2 pontos: vitória simples.
1 ponto: empate.
Nenhum ponto: derrota.

Terceiro turno:
Para definir os participantes, foram classificados os seis melhores da soma dos dois turnos (excluindo-se as fases eliminatórias), alem dos campeões dos mesmos. E todos os oito clubes jogaram entre si em turno único, mas na pontuação foram divididos em dois grupos. Os melhores de cada grupo disputaram a fase final.

Fase final:
Na fase final os dois clubes se enfrentaram em no mínimo, duas partidas. O clube de melhor pontuação antes dessa fase receberia um ponto a mais. Caso nenhum dos dois não conseguir conquistar a marca obrigatória de quatro pontos em duas partidas, será realizada uma partida extraordinária.
Em caso de um empate no jogo extra, seria realizada uma prorrogação. Se permanecer empatado, o clube de melhor campanha fica com o titulo de campeão de São Paulo.

Dito isto, a partir do próximo post, vamos explicar como foi o ano do Corinthians em 1977. Quem chegou, quem ficou, quem assumiu a direção do clube e do time, a campanha, etc.
Não percam.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

NA MEMÓRIA: JAIRO SCHENKEL

Na foto (esq-dir): Mano, Ronaldo e Jairo.
Jairo era um volantão clássico, estilo Wilson Mano e, por essa característica, chamou a atenção do então presidente do Corinthians, Vicente Matheus, que o contratou em 1990.
Chegou ao Timão para ser reserva direto dos dois volantes do time: Márcio Bittencourt e do próprio Wilson Mano. Jairo foi contratado junto ao Criciúma, clube na qual começou a sua carreira.
Natural de São Carlos/ SC, Jairo era calmo, de fala mansa, mas demonstrava firmeza nas jogadas e habilidade com a bola nos pés. Foi despertando a curiosidade do técnico Nelsinho Batista e Jairo foi se encaixando bem no elenco.
Porém, foi somente com a chegada do técnico Cilinho, em 1991, que Jairo ganhou a chance de ser titular, no momento em que o treinador resolveu barrar os líderes do time, entre eles, Márcio.
Jairo jogou 84 partidas com a camisa do Timão e marcou 07 gols. Um deles, o inesquecível golaço contra a Portuguesa, em 1991, no Pacaembu, em jogo válido pelo Paulistão daquele ano, pegando, de primeira, uma bola rebatida pela defesa e, de fora da área, mandou um "canudo" indefensável para o goleiro luso.
Em 1992, Jairo entrou no pacote de troca (ao lado de Marcos Roberto e Guinei) junto ao União São João de Araras/SP, com o zagueiro Henrique.
Campeão Brasileiro pelo Timão, Jairo ainda defendeu Grêmio e Paysandu, antes de encerrar a sua carreira.
Na noite do dia 18 de outubro de 2007, bateu com a sua moto bem na frente de um carro e perdeu a vida no local.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

EM ALGUM LUGAR DA HISTÓRIA: A SEMI-FINAL DO PAULISTÃO 1987.

No dia 16 de agosto de 1987, o Corinthians deu importante passo para se classificar à
Edmar artilheiro. Jogou muito.
finalíssima do Paulistão 1987 ao golear o rival Santos na primeira partida da semifinal daquele campeonato.
O Paulistão de 87 foi disputado em dois turnos com todos os times se enfrentando com jogos de ida e volta. Os quatro primeiros se classificariam para a fase semifinal.
Santos X Corinthians e São Paulo X Palmeiras duelariam para saber quem é que se qualificaria para jogar a final.
E o Corinthians entrou de forma avassaladora para este primeiro combate.
Vale lembrar o campeonato que o Timão fez neste ano. Chegou a ocupar a lanterna no primeiro turno e, numa arrancada fenomenal, foi disputar a final contra o São Paulo.
Então, para este jogo, o Corinthians estava embalado.
Desde o início de jogo o Todo Poderoso se impôs pelo empenho de seus jogadores. O Santos limitava-se a marcar o meio campo adversário. Nos primeiros 10 minutos de jogo, o
Jorginho jogava demais, mas era pé frio.
Timão insistiu em cruzamentos altos sobre a área, facilitando a defesa santista. A partir daí, o técnico Formiga mandou sua equipe avançar pelas pontas. As jogadas de perigo começaram a surgir. Aos 21 minutos, Edmar perdeu um gol dentro da pequena área. Aos 19 minutos, Biro Biro venceu Raul e cruzou alto sore a área. Rodolfo Rodriguez falhou na tentativa de cortar o cruzamento e amorteceu a bola para o peito de Edmar, que abriu o placar.
O segundo gol foi aos 32 minutos, na cobrança de escanteio rápida, Jorginho cabeceou na primeira trave, encobrindo o goleiro santista. Golaço.
O Santos melhorou. Saiu mais pro jogo. O meia Mendonça assumiu mais a parte criativa.
Mas, quando o time praiano estava melhor, surgiu o terceiro gol corintiano. Aos 44 minutos, Toninho Carlos demorou a atrasar uma bola para Rodolfo Rodriguez e acabou por perdê-la dentro da grande área para Edmar, que marcou.
Um massacre no primeiro tempo.
No segundo tempo, o Santos partiu logo ao ataque. Mas, logo aos 4 minutos, a primeira chance de gol do segundo tempo foi o próprio Corinthians, que quase marcou num contra ataque mortal.
A seguir, aconteceu o gol santista. Arizinho foi empurrado e derrubado na área por Édson
Tarde inspirada do artilheiro.
. Pênalti, que Mendonça cobrou e anotou: 3 a 1.
O gol deu ânimo à equipe de Candinho, que mandou se time ir mais pra frente. Mas, aos 27 minutos, Nildo tocou sem querer de calcanhar para o chute de Edmar, que fez o quarto gol corintiano.
Aí, em tarde inspiradíssima, Edmar anotou mais um, o seu quarto no jogo. Aos 42 minutos, Edmar tabelou com Dida na entrada da área. Tocou na saída de Rodolfo Rodriguez que defendeu, mas deu rebote. Edmar insistiu e tocou pro fundo das redes.
O massacre se consumou no Morumbi.
Foi a coroação de uma reação nunca vista no futebol brasileiro, que só o Corinthians poderia fazer. E, embora tenha se classificado para a final e não ter conquistado o título, a torcida corintiana lembra com carinho daquele campeonato, pois, aqui a gente não é time de modinha, não. Aqui a gente torce pro Corinthians, vencendo ou não.
No segundo jogo, o jogo de volta, o empate em 0 a 0 foi o suficiente para o Timão se classificar à final.

FICHA TÉCNICA:

CORINTHIANS
Waldir Peres; Édson, Mauro, Jatobá e Dida; Biro Biro, Eduardo (Wilson Mano) e Éverton (Marcos Roberto); Jorginho, Edmar e João Paulo.
Técnico: Chico Formiga

SANTOS
Rodolfo Rodriguez; Raul, Nildo, Toninho Carlos e Claudinho; César Sampaio, Hugo De Leon e Mendonça; Osvaldo, Carlos Alberto Costa e Arizinho.
Técnico: Candinho.

Local: Morumbi
Juiz: Roberto Nunes Morgado.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

MUNDIAL DE CLUBES 2000 (Parte #05 - Final)

O mundo é do Corinthians.
Mesmo esgotado após uma temporada de 89 jogos, juntando o ano de 1999 e o Mundial de Clubes da FIFA, o Corinthians conquistou, no Maracanã, contra o Vasco da Gama, o seu título mais importante até então em uma dramática final por pênaltis, após 120 minutos de jogo.
Atuando fora de casa, com uma "zaga encomendada" - Adílson e Fábio Luciano foram contratados especialmente para o Mundial e começaram ontem pela primeira vez uma partida juntos - Oswaldo de Oliveira, do Corinthians, preparou time cauteloso.
Assim, tentava repetir o que fez na decisão do Campeonato Brasileiro, quando segurou um 0 a 0 com o Atlético MG, e na final do Paulista, quando empatou em 2 a 2 com o Palmeiras.
Nos treinos no Rio de Janeiro, Oswaldo de Oliveira ensaiou bastante o posicionamento de sua defesa.
A dupla de zaga justificou, ontem, plenamente a sua aquisição e a confiança recebida de Oliveira. Os dois conseguiram parar a dupla Edmundo-Romário.
O trabalho da zaga corintiana teve o importante auxílio do esquema tático de Oswaldinho. O técnico destacou o volante Rincón para perseguir Edmundo pelo campo, facilitando para a zaga. Vampeta protegeu mais a defesa e pouco se aventurou na frente.
O time campeão.
Fábio Luciano, que se destacou no Brasileiro defendendo a Ponte Preta e Adílson, que fez fama no Grêmio, se revezavam no combate a Romário, único jogador vascaíno que atuou fixo na frente.
Fábio Luciano, na maioria das vezes, ficou na sobra, apesar de ser mais jovem e rápido que Adílson. O Manchester, com uma defesa em linha contra o Vasco, tomou tres gols no primeiro tempo.
Bem mais altos que Romário e Edmundo, Fábio Luciano e Adílson tornavam as esporádicas jogadas aéreas do Vasco inúteis.
O lateral direito Índio, que jogou no lugar de Daniel, expulso contra o Al Nassr, tratou mais de proteger a defesa do que ir ao ataque. O Corinthians era ameaçado mais pelo setor do lateral esquerdo, aquele que eu não digo o nome, que deixava mais espaços e Paulo Miranda aparecia de surpresa.
No segundo tempo, o Corinthians trocou Ricardinho Trezentinho, que pouco rendeu por não estar totalmente recuperado de dores musculares, por Edu, o Gaspar.
O Time corintiano ficou mais agressivo então e criou tres grandes chances. Oswaldo de Oliveira, na beira do campo, pediu à sua defesa e à seus volantes para avançarem mais.
A iniciativa contrariou a tese de que o Corinthians jogaria pelo empate, apostando em Dida em uma decisão por pênaltis.
O Corinthians terminou o tempo regulamentar dominando o Vasco, que teve mais tempo para descansar para o Mundial.
1º Campeão Mundial FIFA.
Na prorrogação, o Corinthians mostrou mais sinais de cansaço - a partida foi disputada sob uma temperatura de 30°C.
Assim, o jogo foi para as penalidades.
Rincón cobrou o primeiro, marcando para o Corinthians. Foi a última vez que Rincón colocou a bola nas redes do adversário com a camisa do Timão.
Romário, logo em sguida, bateu mal, mas Dida deixou a bola passar... a bola passou por debaixo do corpanzil do goleiro corintiano.
Fernando Baiano fez o segundo do Timão. Alex Oliveira empatou, de novo, para o Vasco. Em seguida, Luizão bateu e marcou e Dida defendeu o pênalti de Gilberto, deixando o Corinthians em vantagem por 3 a 2. Edu Gaspar fez 4 a 2 e Viola diminuiu para o Vasco.
Marcelinho Carioca... era bater e acabar. No entanto, o goleiro Hélton acertou o canto e defendeu a cobrança do Eterno Camisa 7. Mas, Edmundo chutou para fora e o mundo se pintava de preto e branco pela primeira vez.
O Corinthians se tornava o primeiro campeão mundial da história.


FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS: Dida, Índio, Adílson, Fábio Luciano e Lateral Que Eu Não Digo O Nome; Rincón, Vampeta (Gilmar), Ricardinho (Edu) e Marcelinho; Edílson (Fernando Baiano) e Luizão.
Téc.: Oswaldo de Oliveira

VASCO: Hélton, Paulo Miranda, Odvan, Mauro Galvão e Gilberto; Amaral, Felipe (Alex Oliveira), Juninho (Viola) e Ramon (Donizete); Edmundo e Romário.
Téc.: Antônio Lopes

Local: Estádio do Maracanã - Rio de Janeiro (RJ)
Data: 14/01/2000
Árbitro: Dick Jol (Holanda)

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

MUNDIAL DE CLUBES 2000 (Capítulo Extra)

Só pra gente entender como é que foi o Mundial de Clubes FIFA 2000, o primeiro mundial oficial, disputado no Brasil, a gente tem que saber o que aconteceu no outro lado, ou seja, o que rolou no Grupo B.
O Corinthians, como já foi dito aqui, estava no Grupo A, ao lado de Real Madri, Al Nassr e Raja Casablanca. E, o primeiro de cada grupo, após a disputa entre os times do próprio grupo, disputaria a final, marcada para o dia 14 de janeiro, no Maracanã.
No Grupo B estavam:
Vasco da Gama, Manchester United (ING), Necaxa (MEX) e South Melbourne (AUS).
Na primeira rodada, o Vasco venceu o South Melbourne por 2 a 0, enquanto que Manchester e Necaxa empataram em 1 a 1. O Vasco já pulava para a liderança do grupo.
Na segunda rodada, Vasco e Manchester mediram forças. O time carioca venceu por 3 a 1.
Mesmo placar que o Necaxa fez diante do South Melbourne.
Ficou pra última rodada, no dia 11 de janeiro, a decisão de quem enfrentaria o Corinthians na final, já que o jogo do Timão foi no dia 10.
Vasco e Necaxa decidiriam diretamente a vaga. O empate garantia o Vasco na final. Ao Necaxa, uma vitória simples lhe daria o direito da vaga.
Mas, os brasileiros levaram a melhor, num jogo duro, vencendo por 2 a 1.
E, dali a tres dias, a grande final no Maracanã seria entre o Corinthians e Vasco.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

MUNDIAL DE CLUBES 2000 (Parte #04)

A última rodada da primeira fase, a que decidiria quem chegaria à final do Mundial de Clubes FIFA 2000, aconteceu no dia 10 de Janeiro daquele ano.
O Corinthians x Al Nassr era o jogo de fundo, sendo, a preliminar, Real Madri X Raja Casablanca. Corinthians e Real Madri estavam absolutamente empatados em primeiro lugar, tanto em ponto, como em saldo de gols. Porém, o Real tinha um gol a mais que o
Marcelinho: nunca parou de lutar.
Corinthians. Isso lhe dava a vantagem em caso de números iguais.

O Corinthians estava na dele. Havia perdido a chance de vencer o time espanhol no confronto direto. Jogou muito mais que o adversário. Então, iria assistir ao jogo preliminar com o sentimento de dever cumprido.
Mas, a vantagem de entrar em campo sabendo o que fazer era interessante, apesar da fragilidade do time marroquino. A tendência era o Real Madri golear e o Corinthians entrar em campo tentando tirar a diferença... aí, amigos, já viu, né? Jogando naturalmente, pode-se enfiar uma goleada no adversário. Mas, buscar uma goleada, é muito diferente.
Porém... o Raja Casablanca quis honrar o seu nome e endureceu para o Real Madri. O poderoso time dos "galáticos" não construiu um resultado satisfatório, apesar da vitória. O placar de 3 a 2 a favor dos madrilenhos fez com que o Corinthians precisasse de dois gols de diferença para desbancar o favorito time espanhol e rumar para a finalíssima do torneio, que seria no Maracanã, Rio de Janeiro, no dia 14 de janeiro de 2000.
O Corinthians entrou em campo sabendo das dificuldades que iria encontrar. O Al Nassr não tinha tradição no futebol mundial, mas, era um time arrumadinho, que enfrentava os adversários de maneira franca e até chegava a sufocar, com jogadas de contra ataque perigosíssimas.
Luizão trairão andou em campo.
O Timão sabia de tudo isso. Então, começou o jogo de maneira tranquila, sem se afobar. Mas, o tempo passava e os nervos foram ficando à flor da pele. A torcida empurrava. A chuva, claro, caía. E como choveu nesses dias em São Paulo.
Aos 25 minutos do primeiro tempo, logo após uma descida perigosa do time árabe, Ricardinho Trezentinho limpou uma jogada dentro da área e bateu de esquerda. A bola ainda desviou num zagueiro antes de entrar. 1 a 0 pro Corinthians e era hora de colocar a cabeça no lugar. Precisávamos de mais um gol e tínhamos muito jogo pela frente.
Mas, a coisa parecia conspirar contra. O Corinthians teria que lutar não só contra o adversário. A primeira baixa, logo após o gol, Ricardinho Trezentinho sentiu a coxa e precisou ser substituído. Bem coisa de jogador que não é lá muito entregue à camisa que veste. Na primeira oportunidade, pula fora. Um jogo desse, guerreiro que é guerreiro, joga até em estado de coma. Mas, estamos falando daquele que trocou a gloriosa camisa do Timão pelo salário daquele outro clube. A história mostrou o que aconteceu, né...
Mas, o primeiro tempo terminou e o gol não saiu. Ficou tudo para a segunda etapa.
Marcelinho: sempre demonstrou amor à camisa corintiana.

O Corinthians, ao invés de voltar mais tranquilo pro segundo tempo, voltou totalmente desordenado. Claro, o que você esperava do técnico que tínhamos? Era ruim demais.
E, por causa disso, o Al Nassr ameaçou bem o alvinegro. Por tres vezes, esteve bem perto de empatar o jogo. Aí, o estreante lateral direito Daniel foi expulso. O Corinthians ficou com 10 em campo. Pra piorar, o zagueiro João Carlos se machucou e deu lugar para outro estreante: Adílson Batista, aquele que ficou só observando o jogador daquele time rival marcar um gol ajoelhado...
Estava tudo indo mal. Gol maduro? Somente do Al Nassr. Aí, o nosso mestre Oswaldo de Oliveira, coloca em campo Dinei, no lugar do apagadíssimo Vampeta. E não é que deu certo? O meia tocou fogo no jogo. Descansado, correu pelos quatro cantos do campo. Numa enfiada de bola de Edílson para Dinei na intermediária, ele avançou, driblou o volante e abriu ótima bola para Luizão Trairão (apagadão no jogo) que se atrapalhou com ela, mas, conseguiu fazer boa abertura pela direita para Rincón, que vinha chegando e chutou de primeira, aos 36 minutos do segundo tempo, para marcar o segundo gol do Timão.
A torcida explode com o gol de Rincón.
Rincón vinha vivendo momentos turbulentos em sua história no Corinthians naquele exato momento. A sua renovação de contrato estava emperrada, uma verdadeira novela. Exaustivas reuniões aconteciam até mesmo nos vestiários, antes das partidas. Rincón jogava com os nervos à flor da pele. Xingava a diretoria e os representantes do patrocinador publicamente. O Flamengo, claro, em seu eterno sonho de se tornar o Corinthians, fazia propostas para o volante, que ainda tinha o contrato em vigência com o Timão. Rincón acabou saindo após o término do Mundial. Mas, enquanto esteve em campo, honrou a camisa corintiana. Por isso é ídolo do Todo Poderoso até os dias de hoje. Diferentemente dos outros que saíram do time pelas portas do fundo (com exceção de Marcelinho Carioca, que foi escorraçado do clube pelos companheiros traíras). Mas enfim, essa é uma outra história.
O Corinthians fazia o resultado que lhe assegurava vaga na final. Se trancou o resto do jogo e se garantiu no jogo principal do dia 14 de janeiro de 2000, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.


FICHA DO JOGO

AL NASSR
Babkr Khojalli; Al Husseini (Janoubi), Sharify, Al Shokia e Al Mousa; Al Dori Al Jaman (Triki), Al Karni, Al Amin e Harthi; Saib (Mehalel) e Bahja.
Técnico: Milan Zivadinovic

CORINTHIANS
Dida; Daniel, João Carlos (Adílson Batista), Fábio Luciano e Lateral Que Eu Não Digo O Nome; Vampeta (Dinei) e Rincón; Marcelinho Carioca e Ricardinho Trezentinho (Edu Gaspar); Edilson e Luizão Trairão.
Técnico: Oswaldo de Oliveira

MUNDIAL DE CLUBES FIFA
10 de Janeiro de 2000
Estádio do Morumbi, São Paulo/SP
Público: 31.000 pagantes
Árbitro: Dick Jol (HOL); Lavetala Siuamoa (SAM) e Serguey Ufimtsev (KAZ)
Gols: Ricardinho Trezentinho aos 25 minutos do primeiro tempo e Rincón aos 36 do segundo tempo.

(...continua)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

MUNDIAL DE CLUBES 2000 (Parte #03)

Corinthians pronto para a final antecipada.
Dia 07 de Janeiro de 2000 aconteceu o jogo mais legal do Mundial de Clubes. É claro que a final foi muito legal, mas, esse jogo entre Corinthians e Real Madri teve de tudo: gols, jogadas espetaculares, pênalti que Dida defendeu, jogadores consagrados... tudo isso era o tempero que precisava pra fazer o Mundial pegar fogo.
Em mais uma tarde chuvosa, Corinthians e Real Madri fazia a partida preliminar no Morumbi (o jogo de fundo era entre Al Nassr e Raja Casablanca).
Jogo movimentadíssimo, com chances nos dois lados, o Corinthians começou bem melhor. O goleiro madrilenho Casillas era o melhor homem am campo, buscando alguns chutes perigosos, inclusive um do meio da rua de Marcelinho Carioca. Como chutava esse moço. Na sobra da defesa, o goleiro do time merengue precisou sair com os pés na base do desespero, pois Luizão trairão já estava chegando na bola.
Mas, uma falta mal cobrada na área por Roberto Carlos, aos 18 minutos do primeiro tempo, encontrou o pé do francês Anelka, que desviou o suficiente para abrir o placar. Real Madri 1 a 0.
Mas, em campo estava o Corinthians. Aos 20 minutos, Marcelinho cobra falta na área, o
Edílson fez chover.
goleiro do Real Madri sai errado e João Carlos marca gol legal, incrivelmente mal anulado pelo árbitro William Mattus Vega, da Costa Rica e que a imprensa não toca nesse assunto até os dias de hoje. Ratos! Imprensa marrom, tendenciosa.
Aos 22 minutos, Vampeta rouba e dribla o argentino Redondo, toca na direita para Marcelinho progredir com a bola e lançar Luizão trairão na cabeça da área, que contou com o erro de Michel Salgado. O centroavante do Timão dominou marcado pelo zagueiro Karembeu e rolou bola macia para Edílson chutar cruzado e empatar a partida. Empate que o Corinthians não merecia... o Corinthians merecia estar vencendo a partida.
No segundo tempo, um jogo mais travado. E, aos 19 minutos, a famosa caneta de Edílson no zagueiro Karembeu, após driblar o mascarado Roberto Carlos. Foi um lance genial do então camisa 10 do Timão. Meteu na caneta do francês e, apertado pelo lateral esquerdo e pelo zagueiro Hierro, bateu forte na saída do goleiro: 2 a 1.
Mas, a comemoração durou pouco. Vampeta, apagado no Mundial, deu um toque errado no meio de campo, que possibilitou Raul lançar o francês Anelka, que, com muita calma, limpou o goleiro Dida e empurrou para o gol vazio: 2 a 2, aos 25 minutos.
Um empate amargo, quando o Corinthians poderia controlar a partida, pois era melhor e teria a chance de sair nos contra ataques.
Dida cai no canto certo para defender o pênalti e salvar
o Timão da derrota injusta: o Corinthians merecia a vitória.
Mas, poderia ser pior. Passado dos 30 minutos de jogo da etapa complementar, Sávio fez bela jogada e foi derrubado por Fábio Luciano dentro da área. Pênalti. Anelka queria o terceiro gol no jogo, mas bem que o brasileiro Sávio avisou pra bater firme. Anelka bateu até que bem, mas o gigante Dida caiu no canto certo e defendeu!!! Que grandioso momento da história do Corinthians.
Daí até o final, o Corinthians se atirou ao ataque contra o retraído Real Madri, que só se defendeu e torceu para que o jogo acabasse. A derrota estava estampada na face dos madrilenhos, mas, conseguiram se safar.
A decisão do grupo ficou para a última rodada.

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS: Dida, Índio, João Carlos, Fábio Luciano e Lateral Que Eu Não Digo O Nome; Rincón, Vampeta (Edu Gaspar), Ricardinho Trezentinho (Marcos Senna) e Marcelinho; Edílson e Luizão Trairão (Dinei). Téc.: Oswaldo de Oliveira

REAL MADRID: Casilas, Salgado, Hierro, Karembeu e Roberto Carlos; Redondo, Guti (Morientes), Geremi (McManaman) e Raúl; Anelka e Sávio. Téc.: Vicente Del Bosque

Local: Estádio do Morumbi - São Paulo (SP)
Data: 07/01/2000
Árbitro: William Mattus Veja (Costa Rica)
Gols: Anelka (19 - 1º), Edílson (28 - 1º), Edílson (19 - 2º) e Anelka (25 - 2º)