quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

MUNDIAL DE CLUBES 2000 (Parte #04)

A última rodada da primeira fase, a que decidiria quem chegaria à final do Mundial de Clubes FIFA 2000, aconteceu no dia 10 de Janeiro daquele ano.
O Corinthians x Al Nassr era o jogo de fundo, sendo, a preliminar, Real Madri X Raja Casablanca. Corinthians e Real Madri estavam absolutamente empatados em primeiro lugar, tanto em ponto, como em saldo de gols. Porém, o Real tinha um gol a mais que o
Marcelinho: nunca parou de lutar.
Corinthians. Isso lhe dava a vantagem em caso de números iguais.

O Corinthians estava na dele. Havia perdido a chance de vencer o time espanhol no confronto direto. Jogou muito mais que o adversário. Então, iria assistir ao jogo preliminar com o sentimento de dever cumprido.
Mas, a vantagem de entrar em campo sabendo o que fazer era interessante, apesar da fragilidade do time marroquino. A tendência era o Real Madri golear e o Corinthians entrar em campo tentando tirar a diferença... aí, amigos, já viu, né? Jogando naturalmente, pode-se enfiar uma goleada no adversário. Mas, buscar uma goleada, é muito diferente.
Porém... o Raja Casablanca quis honrar o seu nome e endureceu para o Real Madri. O poderoso time dos "galáticos" não construiu um resultado satisfatório, apesar da vitória. O placar de 3 a 2 a favor dos madrilenhos fez com que o Corinthians precisasse de dois gols de diferença para desbancar o favorito time espanhol e rumar para a finalíssima do torneio, que seria no Maracanã, Rio de Janeiro, no dia 14 de janeiro de 2000.
O Corinthians entrou em campo sabendo das dificuldades que iria encontrar. O Al Nassr não tinha tradição no futebol mundial, mas, era um time arrumadinho, que enfrentava os adversários de maneira franca e até chegava a sufocar, com jogadas de contra ataque perigosíssimas.
Luizão trairão andou em campo.
O Timão sabia de tudo isso. Então, começou o jogo de maneira tranquila, sem se afobar. Mas, o tempo passava e os nervos foram ficando à flor da pele. A torcida empurrava. A chuva, claro, caía. E como choveu nesses dias em São Paulo.
Aos 25 minutos do primeiro tempo, logo após uma descida perigosa do time árabe, Ricardinho Trezentinho limpou uma jogada dentro da área e bateu de esquerda. A bola ainda desviou num zagueiro antes de entrar. 1 a 0 pro Corinthians e era hora de colocar a cabeça no lugar. Precisávamos de mais um gol e tínhamos muito jogo pela frente.
Mas, a coisa parecia conspirar contra. O Corinthians teria que lutar não só contra o adversário. A primeira baixa, logo após o gol, Ricardinho Trezentinho sentiu a coxa e precisou ser substituído. Bem coisa de jogador que não é lá muito entregue à camisa que veste. Na primeira oportunidade, pula fora. Um jogo desse, guerreiro que é guerreiro, joga até em estado de coma. Mas, estamos falando daquele que trocou a gloriosa camisa do Timão pelo salário daquele outro clube. A história mostrou o que aconteceu, né...
Mas, o primeiro tempo terminou e o gol não saiu. Ficou tudo para a segunda etapa.
Marcelinho: sempre demonstrou amor à camisa corintiana.

O Corinthians, ao invés de voltar mais tranquilo pro segundo tempo, voltou totalmente desordenado. Claro, o que você esperava do técnico que tínhamos? Era ruim demais.
E, por causa disso, o Al Nassr ameaçou bem o alvinegro. Por tres vezes, esteve bem perto de empatar o jogo. Aí, o estreante lateral direito Daniel foi expulso. O Corinthians ficou com 10 em campo. Pra piorar, o zagueiro João Carlos se machucou e deu lugar para outro estreante: Adílson Batista, aquele que ficou só observando o jogador daquele time rival marcar um gol ajoelhado...
Estava tudo indo mal. Gol maduro? Somente do Al Nassr. Aí, o nosso mestre Oswaldo de Oliveira, coloca em campo Dinei, no lugar do apagadíssimo Vampeta. E não é que deu certo? O meia tocou fogo no jogo. Descansado, correu pelos quatro cantos do campo. Numa enfiada de bola de Edílson para Dinei na intermediária, ele avançou, driblou o volante e abriu ótima bola para Luizão Trairão (apagadão no jogo) que se atrapalhou com ela, mas, conseguiu fazer boa abertura pela direita para Rincón, que vinha chegando e chutou de primeira, aos 36 minutos do segundo tempo, para marcar o segundo gol do Timão.
A torcida explode com o gol de Rincón.
Rincón vinha vivendo momentos turbulentos em sua história no Corinthians naquele exato momento. A sua renovação de contrato estava emperrada, uma verdadeira novela. Exaustivas reuniões aconteciam até mesmo nos vestiários, antes das partidas. Rincón jogava com os nervos à flor da pele. Xingava a diretoria e os representantes do patrocinador publicamente. O Flamengo, claro, em seu eterno sonho de se tornar o Corinthians, fazia propostas para o volante, que ainda tinha o contrato em vigência com o Timão. Rincón acabou saindo após o término do Mundial. Mas, enquanto esteve em campo, honrou a camisa corintiana. Por isso é ídolo do Todo Poderoso até os dias de hoje. Diferentemente dos outros que saíram do time pelas portas do fundo (com exceção de Marcelinho Carioca, que foi escorraçado do clube pelos companheiros traíras). Mas enfim, essa é uma outra história.
O Corinthians fazia o resultado que lhe assegurava vaga na final. Se trancou o resto do jogo e se garantiu no jogo principal do dia 14 de janeiro de 2000, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.


FICHA DO JOGO

AL NASSR
Babkr Khojalli; Al Husseini (Janoubi), Sharify, Al Shokia e Al Mousa; Al Dori Al Jaman (Triki), Al Karni, Al Amin e Harthi; Saib (Mehalel) e Bahja.
Técnico: Milan Zivadinovic

CORINTHIANS
Dida; Daniel, João Carlos (Adílson Batista), Fábio Luciano e Lateral Que Eu Não Digo O Nome; Vampeta (Dinei) e Rincón; Marcelinho Carioca e Ricardinho Trezentinho (Edu Gaspar); Edilson e Luizão Trairão.
Técnico: Oswaldo de Oliveira

MUNDIAL DE CLUBES FIFA
10 de Janeiro de 2000
Estádio do Morumbi, São Paulo/SP
Público: 31.000 pagantes
Árbitro: Dick Jol (HOL); Lavetala Siuamoa (SAM) e Serguey Ufimtsev (KAZ)
Gols: Ricardinho Trezentinho aos 25 minutos do primeiro tempo e Rincón aos 36 do segundo tempo.

(...continua)

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