quinta-feira, 30 de novembro de 2017

1988: DE UM TIME DESACREDITADO, PARA A GLÓRIA DA CONQUISTA (Parte #02)

Continuando a história dessa sensacional conquista do Paulistão de 1988.
O Corinthians estreou na semi-final jogando contra o São Paulo, no Pacaembu e, após sair perdendo por 2 a 0 (gols de Muller e Raí), o Timão foi buscar o empate com dois de Éverton. O primeiro, de cabeça, aos 37 do segundo tempo. O empate saiu aos 43, na loucura do então goleiro Rojas, que deixou a área para interceptar a bola que já estava, praticamente, no domínio do meia. Éverton tocou por cobertura e a bola morreu mansa nas redes do adversário, fazendo explodir a torcida, fazendo o frio goleiro Carlos se jogar no chão para comemorar e o time todo se transbordar em alegria.
Os jornais estampavam a manchete heroica do Timão.
O próprio Éverton, ao final do jogo, declarou nunca ter visto, em clube nenhum em que jogou, tamanha vibração vindo da arquibancada, que o apoio ininterrupto da torcida foi fundamental para a equipe buscar o resultado e desabafou: " - Aqui não tem bola perdida... é o espírito corintiano, entendeu? E todo mundo colocou, dentro de campo, este amor pelo Corinthians.".
Amor. Só o amor pelo Corinthians podia explicar tamanha manifestação que vinha das arquibancadas e invadia o campo, explodindo no peito de cada guerreiro jogador que vestia o manto sagrado de Parque São Jorge.
Na rodada seguinte, uma quarta feira fria no Pacaembu, um ressacado Corinthians enfrentava o Palmeiras, que havia empatado na primeira rodada contra o Santos.
Um jogo morno, sem muita vibração e o insosso zero teimou em não sair do placar.
Porém, no outro jogo, o São Paulo venceu o Santos e ficou com um ponto na frente do Corinthians na classificação.
Mas, mais emoção estava reservado para o domingo seguinte.
No Morumbi, Corinthians e Santos se enfrentaram. Um jogaço, com o Santos abrindo o placar, logo no início do jogo, com Mendonça.
Serginho Chulapa se estranha com o zagueiro Dama e os dois são expulsos. Logo depois, João Paulo empata para o Corinthians, num golaço de muita raça.
Na virada para o segundo tempo, César Ferreira pega um chute de bico, da meia lua da grande área e abre 2 a 1.
Aí, entrou, mais uma vez, o espírito corintiano em campo.
Corinthians emocionante.

Biro-Biro se joga na bola, num bate e rebate dentro da área, para empurrá-la para dentro e empatar novamente. E, já no apagar das luzes, uma cobrança de falta perfeita de João Paulo na cabeça do meia Éverton resulta no terceiro gol do Timão, o gol da virada: 3 a 2.
E ainda tinha tempo de acontecer mais coisas no jogo. A primeira, Marcos Roberto, importante por substituir Edmar na fase final, por conta da ausência do centroavante titular, que excursionava com a seleção brasileira numa viagem tosca pela Europa, quebrou o braço ao tentar cabecear uma bola e cair de mau jeito. Perdeu o restante do campeonato. O Corinthians terminou o jogo com nove jogadores em campo.
A outra, foi o pênalti criminoso do goleiro Rodolfo Rodrigues em Paulinho Carioca que o árbitro Arnaldo César Coelho não marcou. Criminosa entrada do goleiro uruguaio, merecia ser expulso de campo. Como sempre, os adversários sendo beneficiados pela arbitragem em jogos contra o Corinthians.
Com golaço de Biro-Biro, novo empate contra o time do Morumbi.
Passado esse jogo emocionante, Corinthians e São Paulo jogavam o jogo da volta, no Morumbi no domingo seguinte. O São Paulo, que manteve a frente, possuía um time melhor no papel, queria vencer o Timão para, praticamente, se garantir na final do campeonato. Para o Corinthians, era vencer ou vencer. Se não o fizesse, a classificação não mais dependeria de suas próprias forças.
Um jogo truncado, nervoso e cheio de polêmicas. Após abrir o placar com Edvaldo, o São Paulo reclamou muito do gol legal de Biro-Biro, que empatou o jogo.
O empate foi péssimo para o Corinthians.
O segundo jogo contra o Palmeiras foi, mais uma vez, numa quarta feira fria, dessa vez, no Morumbi. O Corinthians, mais uma vez, ressacado por conta de dois jogos alucinantes, andava em campo. O Palmeiras, que perdera o jogo passado para o Santos por 2 a 1 e dava adeus à classificação, queria aprontar para cima do Corinthians. E jogou muita bola. O Corinthians não viu a cor da bola, sinceramente. Mas, segurou o empate em 0 a 0, dessa vez, um 0 a 0 emocionante, diferente do anterior. Mas, o gol que o volante alvi-verde Lino perdeu, foi algo incrível de se acreditar. Sem goleiro, chutou de primeira, a bola explodiu no travessão, voltou no seu peito e morreu pela linha de fundo. Era a sorte de campeão chegando ao time de Parque São Jorge.
Apesar de não jogar bem, não faltou raça nas duas
partidas contra o rival.
Neste jogo, Carlos se machucou e saiu, abrindo vaga para Ronaldo, que terminou o campeonato como titular. Dagoberto foi o seu goleiro reserva. Carlos nunca mais vestiu a camisa do Timão.
Também neste jogo, no segundo tempo, aconteceu a estréia no time profissional do então garoto Viola, 19 anos, que estava voando nos juniores e na Copa João Saad, o campeonato de aspirantes, que acontecia como preliminar dos jogos naquela época.
No outro lado, o Santos, embalado pela vitória contra o Palmeiras, jogou tudo e mais um pouco e segurou o fortíssimo time do técnico Cilinho, do meia Raí e do atacante Muller.
E então, veio a rodada decisiva. Os dois jogos acontecendo no mesmo horário. Naquela época não tinha a malandragem imbecil de Luxemburgo, de atrasar a entrada em campo, para jogar sabendo o que acontecia no outro jogo. Naquela época, todos eram homens e honravam as camisas que vestiam.
No Pacaembu, numa tarde fria de domingo, o Corinthians enfrentava o Santos, que possuía remota chance de se classificar. No outro lado, no Morumbi, o São Paulo jogava por um empate contra o já desclassificado Palmeiras, que buscava lavar a sua honra, pois, nessa semi final, não havia vencido nenhum jogo até então.
Jogo tenso dos dois lados.
O Corinthians não encontrou dificuldades no primeiro tempo contra o Santos. Com um time melhor e jogando melhor, mais calmo e com um futebol convincente, abriu o placar, aos vinte minutos, com Éverton, completando um escanteio batido por Paulinho Carioca. Aos 36 minutos, num mesmo escanteio batido pelo mesmo Paulinho Carioca foi interceptado
Jogadores comemoram a classificação (Foto: Gazeta).
pelo zagueiro santista Nílson, que marcou contra. 2 a 0.

No Morumbi, um insistente 0 a 0, mas que mostrava que tudo podia acontecer naquele jogo, pois, como disseram os palmeirenses, o Palmeiras entrou em campo para vencer o jogo e lavar a sua honra.
O São Paulo mantinha as melhores oportunidades, mas o goleiro palmeirense Zetti, garantia o zero no placar com grande atuação.
No Pacaembu, a aflição da torcida só aumentava. Nem mesmo o pênalti que Ronaldo defendeu de Mendonça acalmou os ânimos da fiel, que não aguentou e gritou o nome de "Palmeiras, Palmeiras" na arquibancada. Sim, meus amigos, isso aconteceu. Uma mostra de que torcemos somente para o nosso clube e, se um time, seja qual for, precisar ganhar para beneficiar o Timão, então, torceremos por ele.
E parece que os gritos no Pacaembu chegaram no Morumbi. Passados quarenta minutos do segundo tempo, o Palmeiras investiu no ataque e, numa troca de bola entra Denis e Caçapa, este marcou o único gol do jogo, o gol da vitória palmeirense, que deu, ao Corinthians, a vaga na final do campeonato.


(continua...)

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

1988: DE UM TIME DESACREDITADO, PARA A GLÓRIA DA CONQUISTA (Parte #01)

Paulista 1988
Parece que já escutamos esta história... a tal da quarta força.
O ano de 1988 começou com o Corinthians totalmente desacreditado, afinal, havia terminado pessimamente a sua participação na Copa União de 1987, ficando entre os últimos colocados do certame.
Em 88, perdeu algumas peças do time, dentre as quais, o goleiro Valdir Peres, o volante Eduardo Amorim (jogador histórico no clube) e o ponta Jorginho.
Mas, a diretoria contratou. A perda de Valdir não foi sentida, uma vez que o Corinthians contava com o grande goleiro Carlos, titular na última Copa do Mundo. A saída de Jorginho abriu espaço para a contratação do ponta-esquerda Paulinho, junto ao Fluminense do Rio.
Para suprir a falta do experiente volante, Márcio, prata da casa.
Ainda do Rio de Janeiro, chegou o zagueirão Denílson, ex-América/RJ, que substituiu o histórico Mauro, que fora vendido no final do ano anterior.
Durante o campeonato, a diretoria ainda contratou o ponta direita Paulinho Gaúcho.
E, mais uma vez, manteve a base e mesclou com os jovens talentos que o Terrão do Parque São Jorge produzia: o já citado Márcio (Bittencourt), o goleiro Ronaldo, o zagueiro Marcelo Djan, o atacante Marcos Roberto e os novatos, que subiam naquele ano, Edmundo, Dama, Viola, Ari Bazão e Ailton.
Do time do ano anterior, permaneceram Carlos, Edson, Edmar, João Paulo, Everton e o lateral esquerdo Dida. Fato curioso do Dida é que ele jogava como lateral esquerdo sem ser canhoto.
No banco, um novo treinador: Jair Pereira.
Contra o São Paulo, na estréia, Ronaldo, o melhor em campo.
E, claro, tínhamos Biro-Biro, um dos maiores ídolos da história do Corinthians.

O ano começou com um amistoso entre o Timão e o Santos no Pacaembu. Seria um ótimo teste para os comandados de Jair, inclusive do goleiro Ronaldo, que fazia a sua estréia com a camisa profissional do Corinthians, já que Carlos começou o ano contundido.
O Timão venceu por 1 a 0, gol de Éverton. Éverton que seria um grande nome durante o campeonato.

Edmar. Trocou o título por uma excursão
da seleção brasileira que não representou nada.
E vamos à ele. Logo na estréia, jogo entre campeão e vice do ano anterior, São Paulo e Corinthians. Com uma raça comum para grandes times do Corinthians, a vitória por 2 a 1, com direito a show de bola do garoto Ronaldo debaixo das traves, inclusive, defendendo pênalti de Dario Pereyra, deu a confiança necessária ao time.
Edmar e Wilson Mano foram os autores dos gols corintianos. Edvaldo descontou para os são paulinos.
Mesmo com atuações convincentes e seguras, após uma falha normal de um goleiro inexperiente contra o XV de Jaú, na quinta rodada, fez com que Ronaldo voltasse ao banco, já que o espetacular goleiro Carlos já juntava condições físicas para atuar em alto nível. E assim o fez.
Carlos foi um leão debaixo das traves durante todo o campeonato, garantindo o time com defesas espetaculares ao longo do campeonato.
Se Carlos garantia lá atrás, o ataque também fazia a sua parte.
Edmar foi o artilheiro do campeonato todo, até servir a seleção brasileira em uma tosca excursão pela Europa e perder toda a fase semi-final e os jogos que decidiram o campeonato. Edmar não só perdeu a artilharia, como assistiu, na concentração da seleção, lá na Europa, o Timão sendo campeão com o gol do Viola. 
Coisas de Brasil.
Edmar não voltou ao Corinthians. Foi defender o Pescara, da Itália.

Já a história do meia Everton foi diferente. No início do ano, quase foi negociado. O clube que mais demonstrava interesse no meia era o Fluminense. Amargou um tempo na reserva (perdeu o seu lugar no time para o novato Edmundo, prata da casa), foi profissional o suficiente para esperar a sua vez e, na décima quarta rodada, entrou, no segundo tempo, para fazer a diferença pro time e marcar o gol da vitória, o único do jogo, diante do monstro Tonho, goleiro do Santo André.
Everton retomou a confiança e a sua titularidade e foi peça importantíssima na conquista do título.

Paulinho, o carioca, que se tornou Paulinho Carioca, por conta da contratação do outro Paulinho, o gaúcho, se adaptou bem ao estilo de jogo paulista. Mostrou raça e foi titular absoluto nos jogos. João Paulo, por conta disso, passou a jogar de meia esquerda e até um falso centroavante, após Edmar deixar o time por conta da seleção e após a contusão de Marcos Roberto.
Éverton comemora, ao lado dos companheiros, o seu gol contra o
Santos, na partida que classificou o Corinthians pra final do campeonato.
O meio com Márcio/ Biro-Biro e Everton/ João Paulo funcionou bem e alimentou bem o ataque, formado, na fase inicial, por Edmar e Paulinho Carioca - na fase final, Marcos Roberto (até se contundir) - além de dar segurança à defesa, muito bem postada  com Carlos, Edson, Marcelo Djan, Denílson e Dida. Eles seguravam as pontas.

O campeonato, como a FPF adora inventar, aconteceu da seguinte forma: vinte clubes divididos em dois grupos, A e B. Jogavam entre si e classificavam-se os quatro primeiros de cada grupo, para, na fase semi-final, serem distribuídos, conforme índice técnicos, em dois grupos, também chamados de A e B.
Curiosamente, o grupo A contou somente com clubes do interior: Guarani, o surpreendente São José (do técnico campeão brasileiro de 87 Leão), Internacional de Limeira e XV de Jaú. Já o grupo B, contou com os quatro grandes do estado: Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras.
Portuguesa não conseguiu se classificar entre os oito.
As equipes de cada grupo se enfrentavam com jogos de ida e volta.
Desses dois grupos da fase semi-final, classificava-se apenas o primeiro colocado de cada grupo para disputar a finalíssima, também em jogos de ida e volta.


(continua)

terça-feira, 28 de novembro de 2017

CAPITÃES ETERNOS (Parte #03)

Encerrando aqui este especial, os capitães que fizeram história no Corinthians, erguendo os troféus da fase mais gloriosa do Timão.
Esses últimos 40 anos foram sensacionais para o Corinthians.

Carlitos Tevez

TEVEZ

Como jogou bola esse argentino. Até os dias de hoje, ele demonstra o mesmo nível de futebol que o consagrou há 12 anos atrás.
Na equipe contratada com o dinheiro de um parceiro, Tevez era o principal nome do elenco. O mais caro, o mais valorizado, o de maior categoria.
Foi o capitão e símbolo do tetra brasileiro do Timão.







WILLIAM
William, o Capíta.

William foi o capitão na era de reconstrução do Corinthians. Chegou no Parque São Jorge no final de 2007 e, em 2008, já havia se tornado o capitão do time de Mano Menezes.
Levantou o troféu de campeão do Brasileiro da série B e, em 2009, foi glorioso ao levantar os troféus da Copa Do Brasil e Paulistão daquele ano.
A mistura de raça e técnica apurada, dava ao "capitão" a idolatria à torcida, no mesmo time em que jogava Ronaldo, o Fenômeno.

















Alessandro

ALESSANDRO

Com a aposentadoria de William, Alessandro herdou a braçadeira de capitão e se tornou o capitão recordista de "levantamento" de trouféus: Brasileiro 2011, Libertadores 2012, Mundial 2012 e Paulista 2013. Só não levantou a Recopa 2013 porque sugeriu que Danilo o fizesse.
Alessandro é a cara do Corinthians. Até quando errava, a gente sofria, mas acabava tudo bem... o que o diga naquele lance contra o Vasco em 2012.

















DANILO
Danilo, ou seria Zidanilo?

Danilo é peça fundamental na grande fase que o Corinthians vive desde 2010.
Tri-campeão Brasileiro (ao lado de Dinei, os únicos), campeão da Libertadores, Mundial, Paulista, Recopa... só falta a Copa do Brasil com a camisa do Timão. Mas, não vamos exigir mais nada desse grande meia esquerda. Tem clube aí que se diz tão grande e nunca conquistou tal torneio.
Danilo foi o capitão que ergueu o troféu da Recopa 2013.





Ralf Puro Sangue.

RALF

No time de Tite, todos eram capitães... mas, o jogador que jogou absolutamente todos os jogos do Brasileirão 2015, precisava levantar o troféu da conquista.
Ralf é o espírito corintiano em campo. Raça, determinação, futebol levado à sério, respeito ao adversário, amor à camisa alvinegra... tudo isso e muito mais, faz de Ralf um dos maiores jogadores a atuar com a camisa do Timão na história.







Cássio, o Cassião Eterno.

CÁSSIO

Agora sim. O segundo goleiro a levantar um troféu como capitão da equipe. E como ele mereceu. E levantou logo dois em 2017: Paulistão e Brasileiro.
Cássio guardou um lugar na história corintiana para sempre.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

ETERNOS CAPITÃES (Parte #02)

Continuemos com essa linda homenagem à todos os capitães que levantaram o troféu de cada conquista após o ressurgimento corintiano em 1977.

Henrique Queixada.

HENRIQUE

O zagueirão Henrique foi contratado em 1992, pra fazer parte do "dream team" daquele ano, mas naufragou junto com o ambicioso projeto do então presidente Vicente Matheus.
Um dos poucos que se salvaram foi Henrique. O zagueiro se manteve titular do Timão até o final de 1997 e foi o capitão das conquistas de 1995, Campeonato Paulista e a histórica Copa do Brasil.





RONALDO
Ronaldo.

Ao contrário do que todos falaram quando Cássio ergueu o troféu do Paulistão 2017, Ronaldo foi o primeiro goleiro a fazê-lo, no Paulistão de 1997, vinte anos antes de Cássio.
Cria da casa, pra mim, o melhor goleiro que vestiu o manto sagrado, Ronaldo passou onze anos no Corinthians, sendo 9 como titular absoluto.
A sua história terminou no clube apenas fisicamente, pois, no coração do alvinegro, Ronaldo mora bem e eternamente.















Gamarra.

GAMARRA

O primeiro capitão gringo na história do Corinthians foi o zagueiro paraguaio Gamarra, um dos maiores jogadores a vestir a camisa do Timão.
Gamarra foi jogador do Corinthians durante um ano e meio (1998 até metade de 1999), mas foi o capitão de duas conquistas alvinegras, o Brasileirão de 98 e o Paulistão de 99.



















RINCÓN
Rincón.

De um gringo pro outro, Rincón herdou a faixa de capitão de Gamarra pela sua identificação com a torcida corintiana e pelo respeito que tinha dentro do grupo de jogadores que formavam o plantel corintiano naquela época.
Rincón ergueu o troféu do Brasileirão 99 e do maravilhoso Mundial 2000.


















Ricardinho (Trezentinho).

RICARDINHO

O meia Ricardinho foi o capitão que ergueu tres troféus pelo Corinthians, um record na época: Paulistão 2001, Rio-São Paulo 2002 e Copa do Brasil 2002.
A trairagem do meia, ao se transferir para o rival São Paulo, por dinheiro, em 2002, fez com que a torcida deixasse a sua história meio que perdida no clube...
Eis um exemplo de que, no futebol, o tempo faz o nome ser maior do que o dinheiro que você recebe em dado momento.

domingo, 26 de novembro de 2017

ETERNOS CAPITÃES (Parte #01)

Hoje, falaremos quem foi os capitães que levantaram cada troféu que o Corinthians conquistou após o seu ressurgimento em 1977.
Vamos lá:

ZÉ MARIA) 1977 e 1979
Zé Maria, o Super Zé.

Zé Maria, o Super Zé, conquistou a honra de ser o capitão do título de 77, que marcou o final do jejum de títulos, com muita raça e identificação com a torcida. Dentro do grupo, era unanimidade entre os jogadores e comissão técnica.
No campo, era o símbolo da raça de um time de batalhadores.
Foi capitão, também, do título Paulista de 1979, o primeiro após a quebra do tabu.




















SÓCRATES
Sócrates, o Doutor.

O nosso Doutor entrou pra história do Timão com o seu futebol refinado e a sua inteligência dentro e fora dos gramados.
Cabeça pensante do maior movimento político-social que um clube de futebol já organizou, a Democracia Corintiana, Sócrates era o capitão que levantou a taça dos dois títulos do bi campeonato Paulista de 82 e 83.










Biro-Biro, o espírito corintiano.

BIRO-BIRO

Em 1988, completando 10 anos com a camisa do Timão (10 anos de titularidade), nenhum outro jogador representava mais o Corinthians quanto esse Pernambucano, que chegou sem alarde e conquistou a torcida com a sua raça e determinação.
No fantástico título Paulista de 1988, Biro-Biro teve a honra de cravar o seu nome na história ao levantar o troféu de campeão.










NETO
Neto, o Xodó da Fiel.

José Ferreira Neto era o dono do time em 1990. Nada mais justo que ele ser o capitão da equipe e levantar o troféu do primeiro título Brasileiro da história do Corinthians, conquistado com muita garra e determinação... e com o bom futebol do camisa 10.

sábado, 25 de novembro de 2017

PAULISTÃO 1979: UMA NOVA ERA PARA O CORINTHIANS.

Paulistão 1979
Quando um conjunto musical lança um disco de muito sucesso, o desafio que vem a seguir é o de manter o nome em evidência ao lançar o disco seguinte. Fazer sucesso é, relativamente, fácil... o difícil é mantê-lo.
O Corinthians perseguiu tanto a conquista do título que daria fim ao jejum de 23 anos sem ganhar nada que, agora, precisava mostrar que a fila tinha, realmente, acabado.
E, para isso, precisou de um ano inteiro para sair da ressaca, se reorganizar, planejar um novo time, com contratações novas, etc.
Durante o ano de 1978, o Corinthians comprou a revelação do Botafogo de Ribeirão Preto, o Sócrates. Doutor Sócrates, como era chamado. E trouxe, também, um tal de "Lero-Lero"... esse último, um furacão que passou pelo clube. O zagueiro Amaral, contratado junto ao Guarani de Campinas também foi destaque.
Enfim, o Corinthians tinha um belo elenco, formava um belo time e, com a desistência de disputar o desorganizado Brasileirão daquele ano (ao lado de Santos e São Paulo), o Corinthians focou no Paulistão: precisava conquistar o título para se firmar novamente.
Grandes equipes no certame. Santos com os meninos da Vila, defendia o título conquistado no ano anterior. São Paulo já montava o time base do que viria a ser o bi campeão nos dois anos seguintes. Palmeiras montou um timaço. E ainda tínhamos Guarani, campeão brasileiro de 78 e Ponte Preta, sempre forte.
O campeonato foi tão equilibrado, que o Corinthians chegou a engatar uma sequência de seis (06) jogos sem vitórias, sendo tres (03) derrotas. O Corinthians quebrou essa sequência ao vencer o freguês São Paulo. Obrigado, São Paulo, sempre nos proporcionando momentos hilários.
A dupla Sócrates/ Palhinha se entenderam muito bem. O entrosamento entre os dois garantiam o bom futebol do time. A defesa, conhecida, na época, como "Muralha Negra" (Jairo, Zé Maria, Mauro, Amaral, Wladimir e Caçapava) era praticamente intransponível.

Paulistão 1979
A disputa do campeonato era feita de turno e returno, com todos jogando contra todos, porém, os times estavam divididos em quatro grupos com cinco clubes cada. Coisas estapafúrdias da Federação Paulista de Futebol (como sempre), afinal, classificavam-se, para uma próxima fase, os tres primeiros de cada grupo e, claro, teve time que ficou em quarto lugar no grupo, não se classificou, mas somou mais pontos do que clubes de outros grupos que, ao ficarem entre os tres, passaram pra próxima fase. FPF sempre bizarro.

Na próxima fase, os 12 clubes foram divididos em dois grupos e os jogos aconteceriam entre as equipes do próprio grupo em turno único.
O Corinthians, líder de seu grupo na primeira fase, o grupo A, ficou no grupo "01", ao lado de Ponte Preta, São Paulo, Botafogo, Ferroviária e América.
Classificavam-se dois clubes de cada grupo para a disputa das semi-finais.
O Corinthians, ao lado da Ponte Preta, se classificou.

É aí que aconteceu o "causo" do campeonato. Ao marcar rodada dupla no Morumbi (os jogos seriam Palmeiras X Guarani e, logo depois, Corinthians X Ponte Preta, algo que não conseguimos imaginar nos dias de hoje), o então presidente do Corinthians, Vicente Matheus, entrou com uma ação para que não acontecesse a rodada, alegando que o Corinthians teria renda muito maior do que os outros tres clubes juntos. O que não deixa de ser uma verdade.
A mídia, até hoje, diz que Matheus melou o campeonato por achar as outras equipes mais fortes do que o Timão, mas, não é verdade. O que Matheus brigava tinha fundamento. Realmente, os outros clubes não tinham o direito de mamar na renda corintiana. Cada um com a torcida que tem. O Corinthians, realmente, não podia mais ficar pagando a conta para os outros clubes. Chega disso. Vicente Matheus estava, mais uma vez, um passo à frente de todos os outros.
Gol de canela de Biro Biro desclassifica o Palmeiras,
do "pé frio" Telê Santana.
Porém, com a falta de "peito", principalmente do Palmeiras, para encarar os desmanzelos  da dona CBF ao organizar o desorganizado Campeonato Brasileiro de 1979, o Paulistão teve que parar para esperar a disputa do Nacional, para, então, disputar as suas finais. O que ocorreu em janeiro de 1980.
Na semi-final, Corinthians e Palmeiras de um lado e Ponte Preta e Guarani do outro. Já imaginou isso? Sensacional semi final do Paulistão, com história poucas vezes contadas até hoje.
No jogo de ida contra o rival verde, igualdade no placar: 1 a 1.
No jogo de volta, o gol chorado de Biro Biro, o tal de "Lero-Lero" do presidente Vicente Matheus, carimbou a passagem do Timão pra final contra a Macaca, que desclassificou o arqui-rival Guarani.
Repetia-se, então, a final de dois anos atrás. Corinthians e Ponte Preta entraram no Morumbi pra fazer a primeira das tres partidas: 1 a 0, gol de Palhinha.
Partida número 02: 0 a 0.
Na finalíssima, o Corinthians venceu e convenceu: 2 a 0, com gols de suas estrelas Sócrates e Palhinha. Craque marca gol em final.
O Corinthians realmente se livrava de sua sina, apagava, definitivamente, a fase mais negra de sua história e consolidava o seu ressurgimento para o mundo de glórias.

Time base:
Jairo; Zé Maria, Mauro, Amaral e Wladimir; Caçapava e Biro Biro; Sócrates, Palhinha, Píter e Romeu Cambalhota.
Técnico: Jorge Vieira.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

COPA BANDEIRANTES 1994

Em 1994 a CBF achou por bem abrir mais quatro vagas na Copa Do Brasil do ano seguinte. Uma vaga para cada estado: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Porto Alegre. Lembrando que, até 1994, somente o campeão e vice estadual (ou dois clubes indicados pela federação local) disputava a competição, que passou a ser a segunda maior do país em importância. Cada federação, das quatro citadas, indicaria, então, o seu terceiro clube para entrar no torneio no ano seguinte. 
Campeão Copa Bandeirantes 1994
A Federação Paulista de Futebol, por sua vez, criou a Copa Bandeirantes de Futebol, dando, ao campeão, o direito de disputar a Copa Do Brasil de 95.
Participaram oito times: Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos, América e Novorizontino, que foram, respectivamente, o primeiro ao sexto lugar na classificação geral do Paulistão 94, além de Araçatuba, campeão da segundona e Nacional, campeão da terceirona do futebol paulista.
Os times foram divididos em dois grupos, classificando-se, somente, o primeiro colocado de cada para a disputa da finalíssima.
Cada grupo jogou entre si, com jogos de ida e volta. A final também foi disputada em dois jogos.
O grupo A, grupo do Timão, recebeu São Paulo, Novorizontino e Araçatuba, enquanto que o B, Santos, Palmeiras, América e Nacional.
Com os jogos de ida e volta nesta primeira fase, o Corinthians somou 10 pontos em cinco vitórias e uma derrota. Vale lembrar que, naquela época, somava-se dois pontos por vitória conquistada.
O Timão, terminou, assim, em primeiro lugar. A única derrota foi contra o Novorizontino. O
Marques jogou muito no torneio (foto: Gazeta).
Corinthians já jogava com a classificação assegurada.
No outro grupo, o Santos, que terminou em primeiro, foi o adversário do alvinegro paulistano na final.
Na final, dois grandes jogos.
O primeiro, vencido pelo Corinthians por 6 a 3, com atuação de gala de Marcelinho, de Marques e contando até com um golaço de Wilson Mano, que acabara de retornar ao Timão após duas temporadas jogando no Japão.
O técnico do Corinthians era outro que retornava ao clube, Jair Pereira.
E foi um jogaço. O Corinthians abriu o placar (Wilson Mano) e o Santos virou para 2x1 (Cerezo e Macedo). Tupãzinho, que entrou no lugar de Zé Elias, empatou aos 18 do segundo tempo e Marcelinho, sensacional, virou o jogo aos 20. Mas, eles ainda empataram, aos 25, com gol de Neizinho.
Porém, o Corinthians era muito mais time, muito mais inteiro e Viola, aos 37, fez o quarto e aí a porteira abriu de vez. Marques fez o quinto aos 41 e Viola fechou a tampa ao marcar, aos 47, o sexto tento para o Timão.
No jogo da volta, a grande final, o Corinthians tirou o pé,embora tenha sido, ainda assim, muito superior ao rival, perdendo inúmeras chances de gol. Mesmo assim, o Santos abriu o placar logo aos oito minutos da primeira etapa, com gol de Demétrius. O Corinthians, com gol de falta do zagueiro recém contratado Gralak, aos vinte e um minutos ainda do primeiro tempo, empatou a partida e, dessa forma, conquistou o título inédito obtendo, assim, o direito de disputar a Copa Do Brasil de 1995 (conquistando-a!).

Time base da conquista: Ronaldo; Wilson Mano, Henrique, Gralak e Elias; Zé Elias e Ezequiel; Marcelino, Souza, Marques e Viola. Técnico: Jair Pereira.
Ainda jogaram Tupãzinho, Marcelinho Paulista, Embu e Rivaldo (!), entre outros.

Rivaldo em sua última partida pelo
Corinthians: nunca fez falta.
Curiosidades do título:
  • Viola chegou da disputa da Copa do Mundo direto para disputar a final da Copa Bandeirantes, marcando, inclusive, dois gols na primeira partida contra o Santos.
  • Rivaldo disputou a competição pelo Corinthians. Durante a final, traiu o Timão, indo parar no rival verde. Marcou gols. Inclusive, um gol na vitória por 2x0 sobre o rival tricolor, o seu último gol com o glorioso manto alvinegro. Não fez falta, Rivaldo. Aqui no Corinthians a gente não quer jogador que faz corpo mole.
  • Corinthians venceu a competição pouco antes de anunciar um pacotão de reforços, pedidos pelo técnico Jair Pereira, para o Brasileirão 94. No pacote, somente medalhões.
  • Casagrande fazia parte do elenco campeão.
  • Tupãzinho ainda era o talismã corintiano, entrando sempre no segundo tempo e, geralmente, marcando os seus golzinhos.
  • Somando o público dos dois jogos entre Corinthians e São Paulo, pouco mais de 6.000 pagantes estiveram presentes. No primeiro jogo, 4 a 1 pro Timão e mando de jogo do adversário, pouco mais de 2000 pessoas pagaram para assistir o jogo no estádio do Morumbi. Coisa comum pra torcida da casa, mas, pro Corinthians, não. Coisas dos anos 90.
  • O Corinthians mandou os seus jogos, na fase classificatória, em sua casa, na Fazendinha, sempre com casa lotada.