Continuando a história dessa sensacional conquista do Paulistão de 1988.
O Corinthians estreou na semi-final jogando contra o São Paulo, no Pacaembu e, após sair perdendo por 2 a 0 (gols de Muller e Raí), o Timão foi buscar o empate com dois de Éverton. O primeiro, de cabeça, aos 37 do segundo tempo. O empate saiu aos 43, na loucura do então goleiro Rojas, que deixou a área para interceptar a bola que já estava, praticamente, no domínio do meia. Éverton tocou por cobertura e a bola morreu mansa nas redes do adversário, fazendo explodir a torcida, fazendo o frio goleiro Carlos se jogar no chão para comemorar e o time todo se transbordar em alegria.
O Corinthians estreou na semi-final jogando contra o São Paulo, no Pacaembu e, após sair perdendo por 2 a 0 (gols de Muller e Raí), o Timão foi buscar o empate com dois de Éverton. O primeiro, de cabeça, aos 37 do segundo tempo. O empate saiu aos 43, na loucura do então goleiro Rojas, que deixou a área para interceptar a bola que já estava, praticamente, no domínio do meia. Éverton tocou por cobertura e a bola morreu mansa nas redes do adversário, fazendo explodir a torcida, fazendo o frio goleiro Carlos se jogar no chão para comemorar e o time todo se transbordar em alegria.
Os jornais estampavam a manchete heroica do Timão. |
O próprio Éverton, ao final do jogo, declarou nunca ter visto, em clube nenhum em que jogou, tamanha vibração vindo da arquibancada, que o apoio ininterrupto da torcida foi fundamental para a equipe buscar o resultado e desabafou: " - Aqui não tem bola perdida... é o espírito corintiano, entendeu? E todo mundo colocou, dentro de campo, este amor pelo Corinthians.".
Amor. Só o amor pelo Corinthians podia explicar tamanha manifestação que vinha das arquibancadas e invadia o campo, explodindo no peito de cada guerreiro jogador que vestia o manto sagrado de Parque São Jorge.
Na rodada seguinte, uma quarta feira fria no Pacaembu, um ressacado Corinthians enfrentava o Palmeiras, que havia empatado na primeira rodada contra o Santos.
Um jogo morno, sem muita vibração e o insosso zero teimou em não sair do placar.
Porém, no outro jogo, o São Paulo venceu o Santos e ficou com um ponto na frente do Corinthians na classificação.
Mas, mais emoção estava reservado para o domingo seguinte.
No Morumbi, Corinthians e Santos se enfrentaram. Um jogaço, com o Santos abrindo o placar, logo no início do jogo, com Mendonça.
Serginho Chulapa se estranha com o zagueiro Dama e os dois são expulsos. Logo depois, João Paulo empata para o Corinthians, num golaço de muita raça.
Na virada para o segundo tempo, César Ferreira pega um chute de bico, da meia lua da grande área e abre 2 a 1.
Aí, entrou, mais uma vez, o espírito corintiano em campo.
Biro-Biro se joga na bola, num bate e rebate dentro da área, para empurrá-la para dentro e empatar novamente. E, já no apagar das luzes, uma cobrança de falta perfeita de João Paulo na cabeça do meia Éverton resulta no terceiro gol do Timão, o gol da virada: 3 a 2.
E ainda tinha tempo de acontecer mais coisas no jogo. A primeira, Marcos Roberto, importante por substituir Edmar na fase final, por conta da ausência do centroavante titular, que excursionava com a seleção brasileira numa viagem tosca pela Europa, quebrou o braço ao tentar cabecear uma bola e cair de mau jeito. Perdeu o restante do campeonato. O Corinthians terminou o jogo com nove jogadores em campo.
A outra, foi o pênalti criminoso do goleiro Rodolfo Rodrigues em Paulinho Carioca que o árbitro Arnaldo César Coelho não marcou. Criminosa entrada do goleiro uruguaio, merecia ser expulso de campo. Como sempre, os adversários sendo beneficiados pela arbitragem em jogos contra o Corinthians.
Passado esse jogo emocionante, Corinthians e São Paulo jogavam o jogo da volta, no Morumbi no domingo seguinte. O São Paulo, que manteve a frente, possuía um time melhor no papel, queria vencer o Timão para, praticamente, se garantir na final do campeonato. Para o Corinthians, era vencer ou vencer. Se não o fizesse, a classificação não mais dependeria de suas próprias forças.
Um jogo truncado, nervoso e cheio de polêmicas. Após abrir o placar com Edvaldo, o São Paulo reclamou muito do gol legal de Biro-Biro, que empatou o jogo.
O empate foi péssimo para o Corinthians.
O segundo jogo contra o Palmeiras foi, mais uma vez, numa quarta feira fria, dessa vez, no Morumbi. O Corinthians, mais uma vez, ressacado por conta de dois jogos alucinantes, andava em campo. O Palmeiras, que perdera o jogo passado para o Santos por 2 a 1 e dava adeus à classificação, queria aprontar para cima do Corinthians. E jogou muita bola. O Corinthians não viu a cor da bola, sinceramente. Mas, segurou o empate em 0 a 0, dessa vez, um 0 a 0 emocionante, diferente do anterior. Mas, o gol que o volante alvi-verde Lino perdeu, foi algo incrível de se acreditar. Sem goleiro, chutou de primeira, a bola explodiu no travessão, voltou no seu peito e morreu pela linha de fundo. Era a sorte de campeão chegando ao time de Parque São Jorge.
Neste jogo, Carlos se machucou e saiu, abrindo vaga para Ronaldo, que terminou o campeonato como titular. Dagoberto foi o seu goleiro reserva. Carlos nunca mais vestiu a camisa do Timão.
Também neste jogo, no segundo tempo, aconteceu a estréia no time profissional do então garoto Viola, 19 anos, que estava voando nos juniores e na Copa João Saad, o campeonato de aspirantes, que acontecia como preliminar dos jogos naquela época.
No outro lado, o Santos, embalado pela vitória contra o Palmeiras, jogou tudo e mais um pouco e segurou o fortíssimo time do técnico Cilinho, do meia Raí e do atacante Muller.
E então, veio a rodada decisiva. Os dois jogos acontecendo no mesmo horário. Naquela época não tinha a malandragem imbecil de Luxemburgo, de atrasar a entrada em campo, para jogar sabendo o que acontecia no outro jogo. Naquela época, todos eram homens e honravam as camisas que vestiam.
No Pacaembu, numa tarde fria de domingo, o Corinthians enfrentava o Santos, que possuía remota chance de se classificar. No outro lado, no Morumbi, o São Paulo jogava por um empate contra o já desclassificado Palmeiras, que buscava lavar a sua honra, pois, nessa semi final, não havia vencido nenhum jogo até então.
Jogo tenso dos dois lados.
O Corinthians não encontrou dificuldades no primeiro tempo contra o Santos. Com um time melhor e jogando melhor, mais calmo e com um futebol convincente, abriu o placar, aos vinte minutos, com Éverton, completando um escanteio batido por Paulinho Carioca. Aos 36 minutos, num mesmo escanteio batido pelo mesmo Paulinho Carioca foi interceptado
pelo zagueiro santista Nílson, que marcou contra. 2 a 0.
No Morumbi, um insistente 0 a 0, mas que mostrava que tudo podia acontecer naquele jogo, pois, como disseram os palmeirenses, o Palmeiras entrou em campo para vencer o jogo e lavar a sua honra.
O São Paulo mantinha as melhores oportunidades, mas o goleiro palmeirense Zetti, garantia o zero no placar com grande atuação.
No Pacaembu, a aflição da torcida só aumentava. Nem mesmo o pênalti que Ronaldo defendeu de Mendonça acalmou os ânimos da fiel, que não aguentou e gritou o nome de "Palmeiras, Palmeiras" na arquibancada. Sim, meus amigos, isso aconteceu. Uma mostra de que torcemos somente para o nosso clube e, se um time, seja qual for, precisar ganhar para beneficiar o Timão, então, torceremos por ele.
E parece que os gritos no Pacaembu chegaram no Morumbi. Passados quarenta minutos do segundo tempo, o Palmeiras investiu no ataque e, numa troca de bola entra Denis e Caçapa, este marcou o único gol do jogo, o gol da vitória palmeirense, que deu, ao Corinthians, a vaga na final do campeonato.
Amor. Só o amor pelo Corinthians podia explicar tamanha manifestação que vinha das arquibancadas e invadia o campo, explodindo no peito de cada guerreiro jogador que vestia o manto sagrado de Parque São Jorge.
Na rodada seguinte, uma quarta feira fria no Pacaembu, um ressacado Corinthians enfrentava o Palmeiras, que havia empatado na primeira rodada contra o Santos.
Um jogo morno, sem muita vibração e o insosso zero teimou em não sair do placar.
Porém, no outro jogo, o São Paulo venceu o Santos e ficou com um ponto na frente do Corinthians na classificação.
Mas, mais emoção estava reservado para o domingo seguinte.
No Morumbi, Corinthians e Santos se enfrentaram. Um jogaço, com o Santos abrindo o placar, logo no início do jogo, com Mendonça.
Serginho Chulapa se estranha com o zagueiro Dama e os dois são expulsos. Logo depois, João Paulo empata para o Corinthians, num golaço de muita raça.
Na virada para o segundo tempo, César Ferreira pega um chute de bico, da meia lua da grande área e abre 2 a 1.
Aí, entrou, mais uma vez, o espírito corintiano em campo.
Corinthians emocionante. |
Biro-Biro se joga na bola, num bate e rebate dentro da área, para empurrá-la para dentro e empatar novamente. E, já no apagar das luzes, uma cobrança de falta perfeita de João Paulo na cabeça do meia Éverton resulta no terceiro gol do Timão, o gol da virada: 3 a 2.
E ainda tinha tempo de acontecer mais coisas no jogo. A primeira, Marcos Roberto, importante por substituir Edmar na fase final, por conta da ausência do centroavante titular, que excursionava com a seleção brasileira numa viagem tosca pela Europa, quebrou o braço ao tentar cabecear uma bola e cair de mau jeito. Perdeu o restante do campeonato. O Corinthians terminou o jogo com nove jogadores em campo.
A outra, foi o pênalti criminoso do goleiro Rodolfo Rodrigues em Paulinho Carioca que o árbitro Arnaldo César Coelho não marcou. Criminosa entrada do goleiro uruguaio, merecia ser expulso de campo. Como sempre, os adversários sendo beneficiados pela arbitragem em jogos contra o Corinthians.
Com golaço de Biro-Biro, novo empate contra o time do Morumbi. |
Um jogo truncado, nervoso e cheio de polêmicas. Após abrir o placar com Edvaldo, o São Paulo reclamou muito do gol legal de Biro-Biro, que empatou o jogo.
O empate foi péssimo para o Corinthians.
O segundo jogo contra o Palmeiras foi, mais uma vez, numa quarta feira fria, dessa vez, no Morumbi. O Corinthians, mais uma vez, ressacado por conta de dois jogos alucinantes, andava em campo. O Palmeiras, que perdera o jogo passado para o Santos por 2 a 1 e dava adeus à classificação, queria aprontar para cima do Corinthians. E jogou muita bola. O Corinthians não viu a cor da bola, sinceramente. Mas, segurou o empate em 0 a 0, dessa vez, um 0 a 0 emocionante, diferente do anterior. Mas, o gol que o volante alvi-verde Lino perdeu, foi algo incrível de se acreditar. Sem goleiro, chutou de primeira, a bola explodiu no travessão, voltou no seu peito e morreu pela linha de fundo. Era a sorte de campeão chegando ao time de Parque São Jorge.
Apesar de não jogar bem, não faltou raça nas duas partidas contra o rival. |
Também neste jogo, no segundo tempo, aconteceu a estréia no time profissional do então garoto Viola, 19 anos, que estava voando nos juniores e na Copa João Saad, o campeonato de aspirantes, que acontecia como preliminar dos jogos naquela época.
No outro lado, o Santos, embalado pela vitória contra o Palmeiras, jogou tudo e mais um pouco e segurou o fortíssimo time do técnico Cilinho, do meia Raí e do atacante Muller.
E então, veio a rodada decisiva. Os dois jogos acontecendo no mesmo horário. Naquela época não tinha a malandragem imbecil de Luxemburgo, de atrasar a entrada em campo, para jogar sabendo o que acontecia no outro jogo. Naquela época, todos eram homens e honravam as camisas que vestiam.
No Pacaembu, numa tarde fria de domingo, o Corinthians enfrentava o Santos, que possuía remota chance de se classificar. No outro lado, no Morumbi, o São Paulo jogava por um empate contra o já desclassificado Palmeiras, que buscava lavar a sua honra, pois, nessa semi final, não havia vencido nenhum jogo até então.
Jogo tenso dos dois lados.
O Corinthians não encontrou dificuldades no primeiro tempo contra o Santos. Com um time melhor e jogando melhor, mais calmo e com um futebol convincente, abriu o placar, aos vinte minutos, com Éverton, completando um escanteio batido por Paulinho Carioca. Aos 36 minutos, num mesmo escanteio batido pelo mesmo Paulinho Carioca foi interceptado
Jogadores comemoram a classificação (Foto: Gazeta). |
No Morumbi, um insistente 0 a 0, mas que mostrava que tudo podia acontecer naquele jogo, pois, como disseram os palmeirenses, o Palmeiras entrou em campo para vencer o jogo e lavar a sua honra.
O São Paulo mantinha as melhores oportunidades, mas o goleiro palmeirense Zetti, garantia o zero no placar com grande atuação.
No Pacaembu, a aflição da torcida só aumentava. Nem mesmo o pênalti que Ronaldo defendeu de Mendonça acalmou os ânimos da fiel, que não aguentou e gritou o nome de "Palmeiras, Palmeiras" na arquibancada. Sim, meus amigos, isso aconteceu. Uma mostra de que torcemos somente para o nosso clube e, se um time, seja qual for, precisar ganhar para beneficiar o Timão, então, torceremos por ele.
E parece que os gritos no Pacaembu chegaram no Morumbi. Passados quarenta minutos do segundo tempo, o Palmeiras investiu no ataque e, numa troca de bola entra Denis e Caçapa, este marcou o único gol do jogo, o gol da vitória palmeirense, que deu, ao Corinthians, a vaga na final do campeonato.
(continua...)
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