Ao se classificar à final de forma emocionante, bem ao estilo corintiano de ser, o Timão esperou até a terça feira seguinte (o Corinthians garantiu a sua classificação no domingo) a definição do grupo B, no jogo entre Guarani e São José. Quem vencesse o jogo, se garantiria na grande final do Paulistão 88.
Ronaldo voa para defender o Timão na 1ª partida da final. |
O jogo, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, campo do Guarani, terminou com a vitória bugrina, que fez valer o fator casa, desclassificando o emergente São José, que subira de volta à primeira divisão e já fazia uma ótima campanha, inclusive, tendo o técnico campeão brasileiro de 87, Emerson Leão.
O Guarani estava prestes, enfim, a enfrentar um rival de verdade numa final de campeonato.
O primeiro jogo foi no dia 27 de julho de 88. Um domingo frio, com chuva o dia todo, pra receber uma torcida empolgante e empolgada. A torcida corintiana acreditava no título, mesmo sendo disputado contra um clube que vivia uma grande fase e que possuía um dos melhores elencos do Brasil naquela época. Ricardo Rocha, Vagner Bacharel, Evair, João Paulo, Barbieri e, claro, Neto, o melhor meia esquerda brasileiro do momento.
O Corinthians entrou com a seguinte formação:
Ronaldo, Edson, Marcelo Djan, Denílson e Dida; Biro-Biro e Márcio; Edmundo, Wilson Mano, Éverton e João Paulo.
Ronaldo, Edson, Marcelo Djan, Denílson e Dida; Biro-Biro e Márcio; Edmundo, Wilson Mano, Éverton e João Paulo.
O desenho tático montado pelo técnico Jair Pereira foi o seguinte: defesa com quatro (laterais e zagueiros) e meio campo com tres volantes (Márcio, protegendo mais a zaga e Biro-Biro e Wilson Mano dando o primeiro combate).
Edmundo, prata da casa, entrou como único meia, também voltando pra ajudar a dar o primeiro combate defensivo.
A raça de Biro-Biro foi determinante para o Corinthians manter a disputa em aberto até o jogo decisivo. |
Éverton de primeiro atacante e João Paulo como um falso centroavante.
Paulinho Carioca estava suspenso e não jogou esta partida.
Marcos Roberto, contundido (ver parte #02 da matéria) estava fora por tempo indeterminado. O goleiro Carlos também, não juntou condições necessárias para voltar à tempo. E Edmar, estava na terrível excursão da seleção brasileira pela Europa, jogando contra seleções que não pertenciam à elite do futebol mundial (ver parte #01 da matéria).
A tática de Jair Pereira, de segurar o ímpeto bugrino e tentar a sorte num contra ataque, não deu muito certo no primeiro tempo. O Guarani foi infinitamente superior ao Timão frente à torcida corintiana. As arrancadas do ponta Careca (que jogou no lugar do contundido craque João Paulo, ponta do Guarani), as enfiadas de bolas do meia Neto, a chegada de trás de Barbieri e Marco Antônio Boiadeiro e a presença de Evair na área, impossibilitaram o Corinthians de sair tentando algo de qualquer jeito. O Corinthians se defendeu. Armou uma retranca que aguentou até os 44 minutos do primeiro tempo, quando que, num cruzamento pela direita, Neto aproveitou a perfeição do lance para executar uma linda bicicleta e guardar a bola no canto direito do goleiro Ronaldo.
O Corinthians tomava um gol de bicicleta numa final de campeonato diante de sua torcida. Não poderia continuar dessa forma. Então, o segundo tempo, então foi muito diferente.
Na época, só eram permitidas duas substituições no time. E o Corinthians já voltou com o garoto Viola, no lugar de Edmundo, que não fez um primeiro tempo convincente. Esse seria o último momento de Edmundo no Corinthians. Um garoto que até apareceu bem, mas que não aguentou o peso da camisa profissional.
Com a entrada de Viola, um centroavante de ofício, João Paulo passou a jogar na ponta esquerda, a sua posição original, com Éverton fazendo a meia direita, caindo bem pela direita.
O Corinthians cresceu. O Corinthians virou Corinthians.
Viola entrou no segundo tempo e jogou muito. |
Após começar o segundo tempo de forma insana, com Viola botando fogo no jogo, o Corinthians empatou com um golaço de Edson, pegando rebote de cobrança de escanteio e chutando de primeira, de fora da área.
Como sempre, houve reclamações posteriores ao jogo, claro.
O Guarani perdeu força. De longe fez um jogo igual ao primeiro tempo. O Corinthians não deixou. O Corinthians foi dono dos principais lances perigosos do segundo tempo.
No final, o empate foi justo. Mas, não era bom para o Timão, que não conseguiu reverter a vantagem, que pertencia ao Bugre.
E a decisão ficou para o jogo em Campinas, no domingo seguinte.
FICHA TÉCNICA DO JOGO
CORINTHIANS 1 X 1 GUARANI
Local: Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi) - São Paulo
Data: 24/07/1988 (Domingo)
Horário: 16:00 h
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschilia (SP)
Assistentes: Edie Mauro Garcia Detofoli (SP) e Daniel Fernandes (SP)
Gols: Neto (Guarani) aos 45 min do primeiro tempo. Edson (Corinthians) aos 6 min do segundo tempo.
Renda: Cz$ 32.012.800,00
Público: 77.533 (77.377 pagantes e 156 menores)
Data: 24/07/1988 (Domingo)
Horário: 16:00 h
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschilia (SP)
Assistentes: Edie Mauro Garcia Detofoli (SP) e Daniel Fernandes (SP)
Gols: Neto (Guarani) aos 45 min do primeiro tempo. Edson (Corinthians) aos 6 min do segundo tempo.
Renda: Cz$ 32.012.800,00
Público: 77.533 (77.377 pagantes e 156 menores)
CORINTHIANS - Ronaldo, Edson, Marcelo, Denílson e Dida; Biro-biro, Márcio e Edmundo (Viola); Wilson Mano, Everton e João Paulo (Paulinho Gaúcho). Técnico: Jair Pereira.
GUARANI - Sérgio Neri, Marquinhos, Vágner, Ricardo Rocha e Albéris; Paulo Isidoro, Tosin e Boiadeiro; Neto, Evair e Careca. Técnico: José Luiz Carbone.
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