Após o título do Brasileirão de 1990, o Corinthians viveu cinco anos sendo coadjuvante nos campeonatos que disputava.
Apesar de vencer a Super Copa do Brasil 1991 (diante do Flamengo) e a Copa Bandeirantes 1994 (contra o Santos), que lhe rendeu a vaga para a Copa do Brasil de 95, além de disputar duas finais do Paulistão e manter participações convincentes nos Brasileirões (era duro aguentar a grana da fábrica de leite... eles faziam o que queriam e ninguém diz nada hoje em dia), o Corinthians ficou cinco anos à sombra de seus dois eternos rivais.
Enquanto um ganhou a Copa Jipe e o outro desfrutava do dinheiro sem procedência da
fábrica de leite, o Corinthians mantinha-se na linha conforme as suas possibilidades.
Corinthians volta a vencer a Copinha após 25 anos. |
Mas, o ano de 1995 aguardava alegrias para o torcedor corintiano.
A começar pelo Carnaval de São Paulo, vencido pela Gaviões da Fiel.
Mas, ainda antes disso, o Corinthians Junior conquistou a Copa São Paulo de Futebol Junior, depois de 25 anos de espera (o último título foi em 1970).
A final foi no Estádio do Canindé, com vitória do Timão por 3 a 2 diante da Ponte Preta.
Desse time, subiram Fabinho Fontes, Tupã, Cris, André Santos e Silvinho. Estes dois últimos, se tornaram titulares do time profissional durante o ano.
Curiosidade: o técnico da Ponte Preta era Juninho Fonseca.
Após perder a final do Brasileirão 94 para as maracutaias da fábrica do leite, o Corinthians dispensou o então técnico Jair Pereira e trouxe de volta o técnico Mário Sérgio, que fez ótima temporada no Brasileiro de 93, revelando, naquela oportunidade, jogadores que ainda estavam no clube, como Zé Elias, por exemplo.
Manter a base dos últimos anos foi primordial também. Além de Ronaldo, Marcelinho Carioca, Marcelinho Paulista, Viola, do próprio Zé Elias, Marques, Souza, o Corinthians manteve em seu elenco Célio Silva e Henrique, além de Tupãzinho e Ezequiel, reservas naquela altura.
Também retornaram ao clube Fabinho Pé Murcho, ponta campeão de 90; Márcio
Bittencourt e Marco Antonio Boiadeiro.
Foto da Placar após jogo contra o Bragantino. |
Com o desmanche do time de medalhões de 94, foram contratados o lateral direito Valdo, o lateral esquerdo Daniel e os refugos Bernardo e Elivélton. Vítor, lateral direito, chegou com o Campeonato Paulista já em andamento.
Muitos juniores subiram ao profissional.
Como sempre, o Corinthians vivia dias ruins em termos financeiros... o presidente era Alberto Dualib. Fim de papo.
Com moral, Mário Sérgio chegou saudado pela torcida e reverenciado pela mídia.
Porém, o que encontrou ali no elenco, era totalmente diferente do que o time que pegou há dois anos atrás.
Apesar de contar com jogadores que lá estavam em 1993, a maioria nunca havia trabalhado com o rigoroso treinador. E a diretoria era outra também. Então, as idéias entre atletas-treinador-diretoria, mais o massacre da mídia, fez com que o técnico tivesse vida curta no clube e, com apenas tres meses de trabalho, caiu após empate sem graça contra o fraquíssimo time do Santos, que contava com Giovanni, camisa dez que não jogava um terço do que diziam que jogava.
Com a queda de Mário Sérgio, o interino Eduardo Amorim assumiu o time e trouxe futebol
total ao Timão. A primeira coisa que fez, foi trazer Marcelinho Carioca de volta à sua posição original, que era meia-atacante. Mário Sérgio transformou o meia em ala/volante. Não dá... queria queimar o ídolo, com certeza.
Tupãzinho, mesmo reserva, jogou muito: vice artilheiro do time. Viola passeou em campo, só tinha olhos para a negociação para a Europa. |
O primeiro jogo do novo treinador foi contra o São Paulo, no Pacaembu, com futebol convincente e Marcelinho Carioca voando em campo.
Uma pena o péssimo juiz Oscar Roberto Godoy ter atrapalhado tanto. Foi o jogo em que o então zagueiro tricolor Junior Baiano acusou o árbitro de estar apitando embriagado. O caso terminou na justiça com vitória do árbitro. Oscar Roberto não era desonesto. Ele era ruim mesmo. Simples. Ele ainda volta no final desta história.
A vitória por 2 a 1 (gols de Marcelinho e Tupãzinho pelo Corinthians) levantou a moral do grupo, que encarou o campeonato de frente de vez.
O jogo seguinte, também no Pacaembu, dia 22 de março de 95, mostrou a nova estratégia do Corinthians de Eduardo Amorim contra o sempre perigoso América/SP. E, dois jogos depois (incrivelmente o Corinthians jogou quatro jogos seguidos em casa), a confirmação do time contra o Palmeiras, na vitória, de virada, por 2 a 1, com dois de Marcelinho Carioca.
A seleção da fábrica do leite, que contava com Roberto Carlos, Velloso, Rivaldo, Edmundo, Edílson, etc, não foi páreo para o Timão.
A essa altura, o Corinthians já havia começado a sua caminhada rumo ao título da Copa do Brasil.
Dia 03 de março de 95, o Timão entrou em campo contra o Operário, de Campo Grande/MS, para empatar em 1 a 1. No jogo de volta, dia 28 de março, vitória do Timão por 4 a 0.
Zé Elias jogou muito. |
Entre altos e baixos, o alvinegro foi trilhando o seu caminho rumo à classificação do Paulistão.
Apesar de amargar um período de derrotas, principalmente para o Palmeiras e Novorizontino, no segundo turno, o Timão seguiu a sua filosofia de futebol total e se classificou para a fase semifinal, que, naquele ano, contava com dois grupos de quatro, classificando o primeiro colocado de cada para a finalíssima do torneio.
No grupo do Corinthians, Santos e União São João tentavam tirar a vantagem da Portuguesa, que jogava por qualquer igualdade de pontos, por ter feito a melhor campanha na primeira fase. Além da igualdade, a Portuguesa ainda entrou com um ponto bônus para a disputa desta fase.
No outro grupo, Palmeiras, São Paulo, Mogi Mirim e Guarani.
O bicho ia começar a pegar de vez.
(continua...)
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